Railson de Melo Ponte, de 27 anos, foi condenado nesta quarta-feira (20) a 18 anos e 10 meses pelo assassinato do pesquisador da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Danilo Cezar de Jesus Santos. Danilo era ex morador de Cassilândia, cidade onde seu corpo foi sepultado.
O crime aconteceu em março de 2023 e, conforme a denúncia, Railson teria aplicado um golpe conhecido como “mata-leão” e acertou uma pedra na cabeça da vítima, que teve traumatismo craniano e morreu em um terreno baldio, no bairro Amambai, em Campo Grande.
Conforme a investigação policial, o assassinato foi motivado por uma briga relacionada a forma de pagamento de um programa sexual entre Railson e a vítima. Após cometer o crime, o réu escondeu o corpo de Danilo em uma vala e fugiu com o celular dele.
O Conselho de Sentença, por maioria de votos, condenou o acusado pelos crimes de homicídio qualificado, ocultação de cadáver e furto com pena de 18 anos e 10 meses de reclusão e ao pagamento de 50 dias-multa.
Julgamento
Durante o júri, Railson, também conhecido como “Maranhão”, negou todas as acusações contra ele.
“EU NÃO QUERIA MATAR, SÓ TENTEI DESMAIAR ELE, PRA MIM PEGAR MEU DINHEIRO E PRA MIM PEGAR MINHA GRANA. COMO FOI RÁPIDO, EU SÓ CATEI O CELULAR E SAÍ CORRENDO. NA VERDADE, EU NEM SABIA QUE ESSE CARA TINHA MORRIDO”, DISSE.
Apesar de ter alegado que foi contratado por Danilo para um programa sexual, o réu desmentiu a informação, mesmo após ser confrontado com provas, como o estado do corpo de Danilo foi encontrado, apresentando indícios de fluidos sexuais no laudo pericial.
Na conclusão do inquérito, a Polícia Civil chegou a apontar motivação homofóbica para o crime, diante da forma como o réu se referiu à vítima, sempre de forma pejorativa, porém a promotoria desconsiderou esse item ao apresentar a denúncia à Justiça
Morte de Danilo
O jovem foi assassinado no dia 5 de março de 2023, em Campo Grande. Ele desapareceu no fim de semana após sair com amigos. O corpo de Danilo foi encontrado na manhã do dia 8 de março, na Rua Allan Kardec, atrás da antiga rodoviária da cidade.
Danilo mobilizou no fim de semana uma rede de buscas entre amigos, parentes e colegas da universidade, que compartilhavam a foto do jovem e pedidos de ajuda para localizá-lo.
Imagens de câmeras de segurança mostram momentos depois ‘Maranhão’ andando sozinho sem a companhia de Danilo. Em outras imagens, tanto Danilo como o autor são vistos andando pelas ruas até desaparecem.
A vítima teve o celular roubado pelo suspeito, que foi localizado após o corpo da vítima ser encontrado no terreno baldio, três dias após o crime. Há linha de investigação no sentido de que ambos tenham seguido até o terreno para se relacionarem, quando houve a reação do autor, num possível arrependimento.
Por g1 MS (Maressa Mendonça, Débora Ricalde) e Midiamax (Lívia Bezerra)