Na última semana, uma ação conjunta entre o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e autoridades estaduais desencadeou a Operação Getsêmani, visando desmantelar um complexo esquema ilícito de importação, adulteração e comercialização clandestina de azeite de oliva fraudado. A operação, parte da 58ª Operação Ronda Agro do Programa de Vigilância em Defesa Agropecuária para Fronteiras Internacionais (Vigifronteira), teve desdobramentos ao longo desta quinta-feira (7) e sexta-feira (8) em Saquarema (RJ), São Paulo (SP), Recife (PE) e Natal (RN).
De acordo com os dados do Mapa, durante a investigação, as autoridades identificaram que empresas alvo importavam azeite de oliva regularmente, adulterando-o em uma fábrica clandestina precária, com a adição ilegal de óleo de soja. As unidades fiscalizadas descobriram um galpão em Saquarema (RJ) onde foram encontrados 60.600 litros de azeite extravirgem e 37.500 litros de óleo de soja, matéria-prima para a produção fraudulenta. Rótulos de diferentes marcas e equipamentos utilizados na adulteração também foram apreendidos.
Em operações simultâneas, depósitos em São Paulo, Recife e Natal foram alvo de fiscalização, resultando na apreensão de 104.363 litros de produtos fraudulentos, com um prejuízo estimado em cerca de R$ 8,1 milhões aos infratores. Dois indivíduos foram presos em flagrante e enfrentarão acusações por crimes contra as relações de consumo e contra a saúde pública.
A ação não apenas visou coibir a comercialização desses produtos adulterados, mas também garantiu a coleta de amostras para análise no Laboratório Federal de Defesa Agropecuária (LFDA), a fim de identificar substâncias nocivas à saúde humana e a fraude nos produtos.
A escolha do nome “Getsêmani”, que significa “prensa de azeite”, reflete a gravidade do problema, evocando o jardim onde Jesus Cristo orou após a Páscoa, e serve como lembrete da importância de proteger a saúde pública, especialmente próximo à Semana Santa. A Operação Getsêmani contou com a participação de servidores do Mapa, policiais civis e militares, além de outras autoridades, demonstrando o empenho conjunto em garantir a segurança alimentar e coibir práticas fraudulentas no mercado brasileiro.
AGROLINK – Aline Merladete