Recentemente, a Argentina concedeu a primeira autorização para a comercialização de quatro cepas de leveduras geneticamente modificadas (GM), visando aumentar a produção de etanol por meio da fermentação de grãos. A aprovação foi emitida pela Secretaria de Agricultura, Pecuária e Pesca do Ministério da Economia em janeiro, marcando um passo significativo na busca por soluções sustentáveis na produção de combustíveis.
A empresa responsável pela solicitação e desenvolvimento dessas cepas é a Danisco Argentina S.A., que prevê melhorias nos rendimentos da produção de etanol, redução de custos de transporte, diminuição das emissões de carbono e mitigação da deterioração da infraestrutura de transporte.
Dados recentes do USDA FAS GAIN, referentes a meados de 2023, revelam que a Argentina possui aproximadamente 22 usinas de etanol. No ano anterior, a produção esperada foi de cerca de 1,2 bilhão de litros, representando uma utilização de aproximadamente 71,4% da capacidade total. As principais matérias-primas consumidas para a produção de etanol no país são o milho e o melaço.
O relatório completo do GAIN destaca que a Argentina alcançou uma taxa de mistura de etanol de aproximadamente 11,7% em 2023. Esse indicador reflete a proporção de etanol misturado à gasolina, um elemento-chave na promoção do uso de biocombustíveis.
A introdução das leveduras geneticamente modificadas no processo de fermentação de grãos para a produção de etanol é vista como uma estratégia promissora para impulsionar a indústria de biocombustíveis na Argentina. A expectativa é que essas cepas de leveduras contribuam não apenas para um aumento quantitativo na produção, mas também para melhorias qualitativas, como eficiência energética e redução do impacto ambiental.
A decisão de autorizar as leveduras GM demonstra o compromisso da Argentina em buscar alternativas sustentáveis para atender às demandas crescentes por combustíveis. Com os avanços na biotecnologia, o país visa não apenas fortalecer sua posição na produção de etanol, mas também consolidar-se como uma referência na busca por soluções inovadoras e ecologicamente conscientes no setor de energia. O relatório completo do USDA FAS GAIN está disponível para download no site oficial do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos.
AGROLINK – Leonardo Gottems