A frase que Fabrizio Machado, de 44 anos, constantemente fala é que ele é médico veterinário de profissão e queijeiro por pura paixão. Do garoto que amava ver filmes, onde eram exibidos hambúrgueres com queijo derretendo, cresceu gostando deste alimento, até que o destino o levou a produzir queijos artesanais, com leite cru e fermento próprio. E foi além: em três meses venceu uma competição mundial, sendo novamente premiado em abril deste ano.
De volta de São Paulo para Chapadão do Sul, cidade onde nasceu e montou a queijaria, Fabrizio conversou com o site Midiamax. “Essa minha paixão foi aflorada na pandemia. As coisas pararam e eu trabalhava com o leite, então, não pude mais atender com a assistência técnica. Na época, eu tinha algumas vacas com um produtor que eu atendia e, pensando em agregar valor, comecei a produzir os queijos. Fiz alguns cursos, um deles na França, para atender sobre maturação e afinação e um curso com um canadense para fabricar o meu próprio fermento”, explicou.
Assim, em cerca de três meses, o queijeiro já estava com produção própria e assim enviou um queijo a base de kefir para a competição mundial, se tornando o primeiro sul-mato-grossense premiado no Mondial du Fromage, em setembro de 2021. Agora, mais uma vez, participou de uma competição, estando presencialmente desta vez, em São Paulo, onde levou medalha de prata na categoria queijo de casca florida.
“Eu parei um tempo de participar de competições porque estou com um projeto de ensinar produtores a fazer o queijo. Só que, desta vez, fui no terceiro mundial do queijo, em São Paulo, no dia 12 de abril. Eu saí com a medalha de prata, sendo este o mesmo lote do queijo que ganhou na França. Agora estou aguardando o selo arte para poder vender o queijo, feito em Chapadão do Sul, em todo o país. Estou muito feliz, falo que a gente tem o sangue do agro”, disse.
Primeiro da família a ter uma propriedade rural e trabalhar com o queijo, Fabrizio fala da infância e do sonho antigo. “Sempre gostei. Desde que formei em veterinária, em 17 de dezembro de 2001, são quase 23 anos e eu sempre trabalhando com a pecuária do leite, então, sempre foi uma vontade de agregar valor ao produto, fazendo algo extremamente artesanal, até a embalagem mesmo. E hoje até o nosso fermento é artesanal. E eu sempre falo em valorizar do caseiro, não é porque sou artesanal que não sou profissional”, disse.
Na rotina, Fabrizio diz o quanto é importante cuidar bem das vacas, fazendo toda a cadeia girar. “Assim temos um leite com qualidade e isso tudo se reflete no queijo. Eu fui convidado para ser jurado também e passa um filme na cabeça, desde quando eu era pequeno e via esquentando o quejo, derretendo em cima do hambúrguer. É até por isso que eu sempre gostei do queijo mais intenso e o primeiro que eu produzi foi o gold amarelinho, que derrete muito bem”, finalizou, ressaltando que o desejo agora é buscar o ouro e o super ouro nas competições.
Por Graziela Rezende, Midiamax